Voltar
Doações de sangue não podem parar durante a Pandemia do Covid-19
Terça - Feira, 26 de Maio de 2020
Estoques de sangue nos hemocentros tiveram queda, mesma situação do número de doadores neste período
Responsive image
Durante a pandemia do coronavírus, várias atividades de saúde foram reduzidas devido ao risco de contaminação, mas algumas não podem parar, como a doação de sangue. O Ministério de Saúde lançou uma parceria para ampliar o cadastro de doadores ante a necessidade de manter os estoques e a rede abastecida de sangue.

Segundo a chefe de unidade de saúde, Yesenia Medina, é muito importante que a população entenda que as doações de sangue devem continuar acontecendo neste momento em que o país registra casos e óbitos por coronavírus. “Pessoas com anemias crônicas, acidentes que causam hemorragias, pacientes oncológicos, complicações decorrentes da dengue, febre amarela, pacientes transplantados e outras doenças graves, continuam ocorrendo. Ou seja, a necessidade de sangue é diária e contínua. A doação é um processo que pode salvar vidas”, disse.

De acordo com Medina, a doação de sangue é segura e não representa riscos para o doador. “Para receber os doadores, os cerca de 32 hemocentros no país, além de aproximadamente 500 serviços de hemoterapia, onde também são feitas coletas e uso do sangue, estão preparados. Todos esses serviços estão disponibilizando condições de lavagem de mãos, uso de máscara e antissépticos e acolhimento que minimizem a exposição e aglomerações de pessoas. Cuidados com a higienização das áreas, instrumentos e superfícies também têm sido intensificados pelos hemocentros”, pontuou.

Frederico Westphalen tem como referência o Hemopasso, em Passo Fundo. Referência estadual em saúde, Passo Fundo conta com uma organização e adesão aos critérios e exigências do Ministério de Saúde, ao adotar e oferecer todos os cuidados necessários. “Com o trabalho do Hemopasso, milhares de pessoas são beneficiadas, incluindo paciente do Hospital Divina Providência”, destacou Medina.

– Estamos incentivando o doador de sangue a sair de casa para realizar esse ato heroico, cumprindo todas as medidas de prevenção contra o Coronavirus,  os pontos de coleta de sangue são seguros e confortáveis . A população brasileira é reconhecida por sua postura solidária e certamente dará mais este bom exemplo ao mundo, porque a vida é fundamnetal e existen as medidas para nos proteger uns aos outros , lembrando que o virus se transmite por contato direto e gotículas de saliva  e não pelo sangue , doador e receptor estão livres de risco de contaminação –, destacou Yesenia Medina.

Conforme Medina, é importante lembrar que não há um substituto para o sangue, e a disponibilidade é essencial em diversas situações e, em muitos casos, determinante para o sucesso no tratamento do paciente.

Mobilização contínua

Mesmo que nenhum Estado tenha relatado falta de sangue até o momento, o Rio Grande do Sul está com seus estoques de sangue no limite. Segundo Medina, as ações de conscientização da população em Frederico Westphalen e o preenchimento de cadastros de novos doadores tem se intensificado.
– O objetivo desse trabalho nos municípios e região via Ministério da Saúde é colaborar para a manutenção estável dos estoques de sangue, que é um dos maiores desafios neste momento –, salientou.

Conforme Medina, as ações voltadas a favorecer a doação de sangue permite aos hemocentros a possibilidade de recrutar voluntários para doação de forma simplificada e constante, de acordo com a necessidade específica de cada um deles. “Nossa intenção é ajudar para que, de um lado, as pessoas sintam-se seguras para doar sangue e, de outro, os bancos consigam se conectar a doadores próximos e manter seus estoques estáveis”, explicou.

Quem pode doar sangue

No Brasil, pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos.

Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

Também, não são considerados aptos para fazer a doação aqueles que realizaram endoscopia ou colonoscopia nos últimos seis meses ou que tiveram hepatite depois dos 11 anos. O indivíduo que fez tatuagem ou piercing há menos de um ano ou quem usa drogas ilícitas também não pode doar.

Cuidados com o coronavírus

Em relação à Covid-19, são considerados doadores inaptos para a doação de sangue por um período de 30 dias aqueles que apresentarem sintomas respiratórios e febre ou se tiverem tido contato, há menos de 30 dias, com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19. Pessoas que testaram positivo para coronavírus não poderão doar por um período de 90 dias. 

As pessoas que viajaram para fora do país não podem doar antes dos 30 dias após a viajem. 

– Quem doa sangue, doa uma nova oportunidade de vida. Procure o hemocentro mais próximo e seja um doador regular, independente de quem estiver precisando. Uma doação pode salvar até quatro vidas. Não podemos parar de salvar vidas –, afirmou Medina.
Fonte: André Piovesan/Ascom
FOTOS